Adriana Varejão
Rio de Janeiro, 1964; vive no Rio de Janeiro
Carnívoras, 2008
óleo e gesso sobre tela
Celacanto provoca maremoto, 2004-2008
óleo e gesso sobre tela
Linda do Rosário, 2004
óleo sobre alumínio e poliuretano
O colecionador, 2008
óleo sobre tela
Panacea phantastica, 2003 - 2008
serigrafia sobre azulejo
Passarinhos de Inhotim a Demini, 2003 2008
pintura sobre azulejo [pintura à mão por Beatriz Sauer]
Adriana Varejão elegeu o campo da pintura para desenvolver sua obra. Sua produção abarca fotografia, escultura e instalação, mas sobretudo a pintura, no sentido mais clássico do termo, pela utilização de materiais e técnicas característicos desta que é, historicamente, tanto a mais nobre quanto a mais apreciada linguagem das artes visuais. Nos trabalhos reunidos aqui, é possível acompanhar a diversidade de interesses de sua obra e a variedade de fontes de sua pesquisa - a abstração, a ruína, o monumento, o monocromatismo, a violência; a história, as ciências naturais, a arquitetura.
Iniciando o percurso, está Panacea phantastica (2003-2007), um conjunto de azulejos que tem retratados 50 tipos de plantas alucinógenas de diversas partes do mundo. Concebida como um múltiplo que pode se adaptar a qualquer arquitetura, a obra aqui se transformou num banco na entrada do pavilhão, um espaço de contemplação e convívio. Num dos azulejos, um texto sugere a relação entre os efeitos alucinógenos das plantas e mudanças na percepção que podem ser provocadas também pela arte. O azulejo, um dos motes recorrentes da obra de Varejão, reaparece em Linda do Rosário (2004) e em O colecionador (2008). O primeiro é uma das mais importantes obras da série Charques. Nestas esculturas, a arquitetura se associa ao corpo, e a matéria de construção se torna carne. A obra foi inspirada no desabamento do Hotel Linda do Rosário, no centro do Rio de Janeiro, em 2002, cujas paredes azulejadas caíram sobre um casal num dos cômodos do prédio. O colecionador, por sua vez, é a maior pintura da série Saunas, e faz uso de uma palheta quase monocromática para criar um labirinto interior idealizado. Com seus jogos de luz e sombras, a pintura evoca espaços de prazer e sensualidade e reflete a arquitetura do pavilhão, propondo uma continuidade virtual do espaço.
Obras em Inhotim:
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