Jogos inesquecíveis da Copa: Itália x Alemanha em 70: cinco gols em 17 minutos
Duelo entre campeões mundiais na semifinal do primeiro Mundial disputado no México teve a prorrogação mais emocionante das Copas
s prorrogações costumam ser disputas amarradas, sem muitos lances de perigo. Afinal, um time tem total consciência que sofrer um gol no tempo extra pode ser fatal, diante do período curto para uma reação. Correto? Na Copa de 70, um clássico europeu desmentiu essa "máxima" do futebol. Após o 1 a 1 no tempo normal (com um gol de empate no minuto final), foram cinco gols em um espaço de 17 minutos. O que fez o Itália x Alemanha da semifinal de 1970 ficar marcado como um dos jogos mais emocionantes da história das Copas.
Italianos e alemães chegaram com moral para decidir quem voltaria ao estádio Azteca três dias depois para decidir o título. A Squadra Azzurra havia eliminado nas quartas de final o México, os donos de casa, com autoridade: 4 a 1. E de virada.
A Alemanha vinha de uma batalha contra a Inglaterra, três dias antes. No reencontro dos finalistas da Copa de 66, os ingleses fizeram 2 a 0. Mas com os gols de Beckenbauer e Seeler (este aos 37 do segundo tempo), os alemães empataram, levando a definição do semifinalista para a prorrogação. E um gol do artilheiro Gerd Müller sacramentou a classificação germânica.
Na semifinal, a rede não demorou a balançar. Logo com oito minutos, Boninsegna chutou da entrada da área e venceu Sepp Maier, abrindo o placar para a Itália.
Em desvantagem, os alemães foram em busca do empate. Para dificultar a reação, Franz Beckenbauer deslocou a clavícula aos 25 minutos da etapa final. Como o treinador Helmut Schoen já havia feito as duas substituições permitidas na época (a última pouco antes da lesão do camisa 4), o Kaiser ficou em campo para não deixar o time com homem a menos. A imagem de Beckenbauer com braço enfaixado junto do corpo é uma das mais marcantes da história das Copas.
Fiel ao seu estilo, a Alemanha superou as dificuldades e conseguiu o empate exatamente aos 45 minutos do segundo tempo. Grabowski cruzou da direita, e a defesa italiana falhou no instante derradeiro do tempo normal, deixando Schnellinger livre, na risca da pequena área, para completar para a rede e levar a definição do finalista para o tempo extra.
E a partir daí começou o show de gols no Azteca, na mais emocionante prorrogação de uma Copa do Mundo. Com quatro minutos, Gerd Muller aproveitou nova bobeira da zaga italiana e empurrou a bola para o gol. Novos quatro minutos, nova igualdade. Held cortou mal um cruzamento, e a bola sobrou limpa para Burgnich fazer 2 a 2. E o primeiro tempo da prorrogação ainda teria um terceiro gol. Gigi Riva chutou cruzado e fez Itália 3 a 2.
O estoque de emoções ainda não havia terminado. Com cinco minutos do tempo final, Gerd Müller cabeceou e empatou novamente. Mas bastou o reinício da partida para o placar mudar novamente. Facchetti acionou Boninsegna pela direita. O atacante teve fôlego para driblar e superar Schulz na corrida. O cruzamento achou Rivera na marca do pênalti. O ídolo do Milan completou com categoria, no contrapé de Maier, marcando o quarto gol italiano. E o último daquele jogo mágico em 17 de junho de 70.
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