Cubismo é
um movimento artístico vanguardista europeu, que surgiu na França no
começo do século XX e se caracteriza pela utilização de formas
geométricas para retratar a natureza.
O cubismo
foi fundado em Paris, através do renomado artista espanhol Pablo Picasso (1881
- 1973) e do francês Georges Braque (1882 -
1963).
De modo
geral, o cubismo é marcado pela representação de figuras da natureza a partir
do uso de formas geométricas, promovendo a fragmentação e decomposição dos
planos e perspectivas. O artista cubista deixa de ter o compromisso em
utilizar a aparência real das coisas, como acontecia durante o Renascimento.
A arte
cubista é considerada uma “arte mental”, onde cada aspecto da obra
deve ser analisado e estudado de modo individual.
Cubos,
cilindros e esferas são algumas das formas usuais no cubismo, que se distingue
da arte abstrata pelo uso concreto de todas as formas.
Além de
Picasso e Braque, outros artistas que ficaram imortalizados como ícones
desta vanguarda são Juan Gris (1887 – 1927) e Fernand Léger (1881
– 1955).
Fases do
cubismo
O movimento
cubista ficou marcado por três fases: o cubismo cézanniano (1907 -
1909), cubismo analítico (1910 – 1912) e o cubismo sintético (1913 – 1914).
Cubismo cézanniano
ou Cubismo pré-analítico (1907 - 1909)
Também
conhecido por “cubismo pré-analítico”, esta é considerada a fase inicial do
movimento cubista (1907 – 1909), onde a principal base era o trabalho de
Cézanne, com forte influência da arte africana e devido ao uso de formas
simplificadas.
As obras
de Paul Cézanne (1839 - 1906) serviram de inspiração para a
consolidação do cubismo. Embora ainda não tivessem todas as características que
definem o movimento artístico, alguns conceitos adotados por Cézanne em
seus trabalhos foram fundamentais para que Picasso e outros artistas
construíssem o estilo cubista.
Cubismo
analítico (1909 - 1912)
É tido como
o “cubismo puro” e de difícil interpretação, onde as figuras são decompostas,
através do uso de diversas formas geométricas.
Com forte
influência na arte africana, as obras nesse período permeiam os tons
monocromáticos, com predominância do verde, marrom e cinza. Além
disso, também há a necessidade de expressar a natureza de modo simplificado,
com linhas retas e uniformes.
Cubismo
sintético (1913 - 1914)
A grande
característica desta fase foi a introdução da técnica de colagem para
reconstruir as imagens que outrora eram decompostas. Por isso, esse período
também é conhecido como "cubismo de colagem".
Ao contrário
do cubismo analítico, nesta etapa as imagens passam a manter a sua fisionomia,
mas de modo reduzido, apresentando apenas o que for essencial para o seu
reconhecimento.
O principal
precursor do cubismo sintético foi Juan Gris (1887 – 1927), que
também passou a usar uma palheta de cores mais vivas e intensas em suas obras.
Características
do cubismo
Entre
algumas das principais características do cubismo, destaca-se:
- Utilização de formas e volumes
geométricos;
- Decomposição das imagens em
formas geométricas;
- Reconstrução das imagens através
do uso de colagens;
- Renúncia do uso
das perspectivas, principalmente as tridimensionais;
- Cores fechadas (predominância do
branco, preto, cinza, marrom e ocre);
- Pintura escultórica.
Cubismo no
Brasil
No Brasil,
as primeiras manifestações do cubismo surgiram após a Semana de Arte Moderna de
1922, mas o movimento não teve a mesma força que tinha na Europa.
Nenhum
artista brasileiro utilizou a essência pura e bruta do cubismo europeu, no
entanto, algumas das características deste movimento foram adotadas por Tarsila
do Amaral (1886 – 1973), Anita Malfatti (1889 – 1964), Rego Monteiro (1899 –
1970) e Di Cavalcanti (1897 – 1976).
Mas,
destaca-se a importância que o cubismo teve na concepção de outros movimentos
artísticos no começo do século XX e que tiveram grande repercussão no Brasil,
como o Concretismo.
Cubismo na
literatura
A vanguarda
cubista também atingiu outros ramos artísticos, como a literatura.
Neste caso,
o cubismo literário focava-se na ideia da “destruição” da sintaxe.
Os versos eram fragmentados e descontínuos, ou seja, não há uma linearidade na
história narrada.
Um dos
principais nomes deste movimento literário foi o poeta
francês Guillaume Apollinaire (1880 – 1918).
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